Adriano e a festa da Vila Cruzeiro
O advogado do jogador Adriano, Rafael Matos, contou que o jogador afirmou, em depoimento prestado à polícia nesta quinta-feira (3), que recebeu um pedido de dinheiro ao traficante Fabiano Atanásio da Silva, conhecido como FB, chefe de uma facção criminosa.
Segundo ele, no entanto, o dinheiro não foi repassado para o traficante, mas teria sido sacado pela mãe do craque. “Ele disse que não foi R$ 60 mil, como vem sendo divulgado, disse que num determinado momento o FB mandou pra ele um recado, se ele podia ajudar numa festa da criança na Vila Cruzeiro. Ele já vem fazendo um trabalho na comunidade junto com a mãe dele”, disse o advogado.
Após três intimações da Polícia Civil, Adriano prestou depoimento na tarde desta quinta-feira, na 38ª DP (Irajá), no subúrbio do Rio. Segundo o delegado Luiz Alberto Andrade, Adriano negou que tenha repassado dinheiro ao traficante FB.
Segundo Matos, Adriano teria comprado cerca de R$ 30 mil em cesta básica e ainda teria alugado um caminhão para transportar e distribuir as doações na comunidade do subúrbio da cidade. O restante do dinheiro teria ficado com a mãe do jogador, que teria realizado o saque. “R$ 20 mil ficou com a mãe dele para despesa pessoal. Quem fez o saque no banco foi a própria mãe do Adriano”, afirmou o advogado.
Ministério Público
Na quarta-feira (02/06), Adriano foi ouvido por quase duas horas no Ministério Público. Em nota, O MP disse que “considera gravíssimos os fatos que põem o jogador como suspeito e que há fortes indícios de que ele tenha repassado dinheiro ao traficante Fabiano Atanásio da Silva, o FB”, líder de uma facção criminosa.
FB é apontado pela polícia como o homem que ordenou o ataque ao helicóptero da PM em outubro de 2009. Três policiais morreram na queda do helicóptero.
No texto, o Ministério Público diz ainda que quer a quebra dos sigilos telefônico e bancário do atacante, como já havia sido pedido à Justiça pela 38ª DP (Brás de Pina). O MP deu um prazo máximo de 60 dias para a polícia concluir as investigações e apresentar o relatório final.
Ainda de acordo com o órgão, o promotor Alexandre Themístocles pediu que a Justiça não prorrogue as autorizações para interceptações telefônicas por acreditar que o recurso não seja mais necessário às investigações e porque fatos sigilosos estariam sendo divulgados para a imprensa.
“Para a polícia, ele já cumpriu a primeira parte das investigações. Agora é esperar para saber se o juiz vai ou não acolher a quebra de sigilo bancário e telefônico para juntar com o depoimento. Não há um impedimento legal para ele viajar”, completou o delegado.
Fonte: Globo.com
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